13 de ago. de 2009

A Teoria Quântica não é um mar de Rosas



Os problemas epistemológicos suscitados pela teoria quântica são tão variados e tão profundos que qualquer lista que pretendesse ser completa, dificilmente o seria e ainda que o fosse constituiria tanto uma eloqüente manifestação de complexidade quanto de inconclusão. Mas se por um lado isso implica numa Torre de Babel, representa, por outro, algo muito esclarecedor: a teoria quântica constitui enorme salto cognitivo no sentido da compreensão da realidade física.
O debate sobre a teoria quântica é referido por inúmeros autores como um verdadeiro labirinto conceitual, uma torre de Babel, um diálogo de surdos, exatamente para significar que todos falam, mas são surdos (deliberadamente ou não) diante dos argumentos dos demais. Além disso, há sérias razões para se duvidar se o consenso existente no contexto de correntes majoritárias seja ou não fruto de reflexão genuína, e mesmo de um diálogo minimamente satisfatório entre teoria e experimento, ou mera acomodação motivada por conveniências de várias ordens inclusive pela bem conhecida política de se cortejar grandes chefes a fim de que se venha a evitar uma carreira com sobressaltos, ou seja, àquilo a que Einstein se referiu, numa bela carta a seu amigo Solovine, e em tom de veemente reprovação ao lamentar o procedimento daquelas pessoas sugestionáveis que sempre estão na moda.
Podemos também dizer que essa divergência em torno da teoria quântica é, em certa medida, muito estranha e muito peculiar, pois há um enorme abismo entre o extraordinário consenso entre as fórmulas matemáticas da teoria quântica e a profunda dissidência no que diz respeito às interpretações e implicações sobre a realidade física. E podemos acrescentar, se o pluralismo é bom sinal, o dogmatismo Exagerado, notado em amplos círculos de opinião, nada tem de esclarecedor.
A influência e o fascínio exercidos pela teoria quântica atingem não apenas os físicos, matemáticos, químicos e biólogos; eles atingem, além de outros cientistas naturais, também os cientistas sociais, os filósofos, os artistas e muitas outras categorias profissionais; eles atingem, de fato, até mesmo os Espiritualistas Curiosos. Sem esquecer nem desmerecer que a curiosidade constitui uma dimensão importantíssima de entusiasmo frente aos problemas cognitivos, e que para pensar não é necessário se ater a qualquer que seja a categoria profissional, embora a inserção na estrutura formal de ensino e pesquisa seja recomendável, é perfeitamente compreensível que idéias como salto quântico, consciência do sujeito, dissolução da realidade, relações não-causais, indeterminismo, não-localidade, entre outras, constituam um grande atrativo no imaginário das pessoas, quase sempre acompanhado de grande precipitação e ligeireza de reflexão. Dai a importância da cautela com relação à aderência a determinados conceitos que ainda se encontram em processo de construção.
Na Mecânica Quântica, ou no quadro teórico da mecânica dos fenômenos discretos a natureza, considera-se que todos os fenômenos físicos são necessariamente considerados quantizados, no que se refere a todas as grandezas físicas envolvidas. A Mecânica Quântica apresenta diversas dificuldades teóricas, embora seja uma teoria com vasta aplicação tecnológica. Dentre tais dificuldades, destaca-se o problema do colapso da Função de onda, levantados por vários intérpretes da Mecânica Quântica e também pelos físicos defensores do quadro teórico da mecânica dos fenômenos contínuos. A este problema estão associadas às famosas interpretações da Mecânica quântica, e várias delas de natureza realista que pregam que a realidade independe do observador, e, outras, de natureza idealista que defende a idéia que a realidade é produzida pela influencia do observador. Todas remetem a Importantes investigações filosóficas envolvendo noções como mente corpo, inteligência, consciência, realidade, etc. Noções essas também, que são fundamentais para a formulação conceitual da base arquitetônica dos ensinamentos de algumas escolas espiritualistas.
(Série: Teorias do AZOTH)

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