2 de mai. de 2009

Os quatro principios Fundamentais da Teoria Quântica

A teoria quântica resulta numa mudança muito mais radical das noções de ordem e de medida do que a teoria da Relatividade Geral. Para entender essa mudança, deve-se considerar quatro aspectos de crucial importância introduzidos por essa teoria.

A) Indivisibilidade do quantum de ação
Essa indivisibilidade implica que transições de Estados estacionários são de certa forma, transições discretas. Assim, não faz sentido dizer que um sistema passa por uma série contínua de estados intermediários, semelhantes ao estado inicial e final. Claro que isso é bem diferente da Física Clássica, que implica uma série continua de estados intermediários em cada transição.

B) Dualidade onda-partícula das propriedades da matéria
Sob diferentes condições experimentais, a matéria comporta-se mais como onda ou mais como uma partícula, mas sempre, em certos aspectos, como ambas.

C) Propriedades da matéria como potencialidades estatisticamente reveladas
Toda sistema físico é agora caracterizado por uma função complexa denominada por função de onda, ou por uma matriz composta por vetores de estados localizados num espaço denominado por Espaço de Hilbert. Essa função de onda ou matriz de estado, não estão diretamente relacionados com as propriedades efetivas de um objeto, evento ou processo Individuais. Em vez disso, tais representações matemáticas relacionadas a tais sistemas físicos encarados dinamicamente, só podem ser pensados a título de descrição de potencialidades presentes na situação física. Potencialidades essas que são diferentes e, de um modo geral, mutuamente incompatível (Por exemplo: comportamento ondulatório ou comportamento corpuscular) são efetivadas em diferentes arranjos experimentais (de modo que a dualidade onda-partícula pode ser entendida como uma das principais formas de expressão dessas potencialidades incompatíveis). Em geral, a função de onda ou a matriz de estado, fornece apenas uma medida de probabilidade para a atualização de diferentes potencialidades num ensemble (um conjunto de vários sistemas que, apesar de suas condições iniciais diferentes, são idênticos a um sistema estatisticamente considerado) estatistico de observações semelhantes realizados sob condições especificas, não podendo prever o que acontecerá detalhadamente com cada observação individual.
Essa noção de determinação estatística de potencialidade mutualmente incompatíveis é, evidentemente, muito diferente do que é feito, na física clássica, onde não há lugar para a noção de potencialidade tenha um papel tão fundamental. Na Física Classica, julga-se que apenas o estado efetivo de um sistema pode ser relevante numa dada situação física, e que a probabilidade aparece porque ignoramos o estado efetivo ou porque estamos tomando a média num ensemble de estados efetivos que se distribuem por toda gama de condições. Na teoria quântica, não faz sentido investigar o estado efetivo de um sistema à parte de todo o conjunto das condições experimentais que são essenciais para efetivar esse estado.


D) Correlações não-causais (Entrelaçamento quântico)
Segundo uma determinada inferência da teoria quântica, eventos separados no espaço e sem possibilidade de conexão por meio de interações, estão correlacionados de um modo tal que se pode mostrar ser impossível uma explicação causal detalhada, mediante a propagação de efeitos a velocidades não-maiores que a da Luz.

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