13 de mar. de 2009

Doutrinas e Ética Comuns a Todas as Religiões



De acordo com o pensamento da ex-presidenta mundial da Sociedade Teosófica, a ilustre Dra. Annie Besant; existem doutrinas comuns que funcionam como uma estrutura básica onde as verdades fundamentais de cada religião estão erguidas.

Tais pontos Doutrinarios Principais são:



1 - A Unidade de Deus.

Qual religião pode reivindicar um monopólio desta doutrina? Pergunte ao Hinduísta e ele responderá: "Só existe Um, não há outro". Pergunte a um Parsi, e ele falará de Zarvan Akarana, o Ilimitado. Pergunte ao Judeu, e ele dirá: "Ouve, oh Israel! O Senhor nosso Deus é Um". Pergunte ao Budista, e ele falará do Um, incriado, universal, de onde vêm a criação e os particulares. Pergunte ao Cristão e ele responderá "Só há um Deus". Pergunte a um filho do Islã, e ele bradará "Só Deus é Deus, e não há nenhum outro". Os grandes doutores do Islã e os grandes pândits Vedânta do Hinduísmo discorrem exatamente nas mesmas linhas sobre a Existência universal única, e estes arrazoados formam uma das pontes entre o Hinduísmo e o Islamismo por onde, esperamos, muitos pés poderão passar em dias vindouros. As religiões, em face destas declarações categóricas de cada uma, não podem disputar sobre a questão da unidade. Tudo o que podem fazer é vestir a grande verdade única em roupagens diferentes, e rotulá-la como nomes diferentes. Mas um homem permanece o mesmo homem quando muda seu casaco, e uma verdade permanece a mesma verdade, embora expressa em línguas diversas. Cada religião tem sua própria língua, e as variedades de língua mascaram a identidade de crença.


2 - A Trindade da Manifestação Divina.

A que religião pertence com exclusividade o ensinamento sobre a Trindade? Neste ponto as religiões mortas do passado reforçam as religiões vivas do presente - como de fato o fazem todas as verdades básicas. O filósofo Hindu diz: Sat, Chit, Ânanda; a voz popular proclama: Brahmâ, Vishnu, Mahâdeva. O Budista fala de Amitâbha, a Luz Ilimitada, Avalokiteshvara e Manjusri; O Parsi, de Ahura-Mazda, Spento e Angro-Mainyush, e Armaiti; o Hebreu, de Kether, Binah e Chockmah; O Cristão, do Pai, Filho e Espírito Santo. O Muçulmano, por razões históricas óbvias, não se junta ao coro; ele diz "Ele não engendra, nem é engendrado", aludindo ao ensinamento Cristão; mesmo assim no Corão rebrilham os atributos de o Poderoso, o Misericordioso, o Sábio, tão característicos da triplicidade do Ser. Esta triplicidade é melhor acompanhada mantendo-se claras na mente as marcas características de cada aspecto - do primeiro, a Fonte da Eterna Beatitude, a Auto-existência, o Poder; do segundo, a Fonte da Consciência, de onde procedem as encarnações; do terceiro, a Mente Criativa ativa que dá existência ao universo.


3 - As Hierarquias Suprafísicas e seus Mundos.

Aqui a diferença de língua, de expressão, mencionada antes, tem dado origem a muitas concepções equívocas. No Ocidente, Deus e seus equivalentes sempre significam o Um, sendo, além disso, declarado pelo Cristianismo que cada uma das Três Pessoas da trindade é Deus, formando em sua totalidade um só Deus, e não três; há uma unidade de natureza com uma diversidade de características. Mas esta palavra Deus jamais é aplicada no Ocidente às vastas Hierarquias suprafísicas que povoam os degraus superiores da escada do Ser. Eles são os Arcanjos, Anjos, Querubins, Serafins, Potestades, venerados, invocados, muitas vezes cultuados, mas sempre reconhecidos como ministros, como agentes do Supremo. Estes seres são conhecidos pelo Parsi como os Ameshaspentas e suas hostes; pelos Hebreus e Maometanos como Anjos; pelos Hindus e Budistas como Devas - literalmente Seres Brilhantes, um epíteto descritivo de fato adequadíssimo. Infelizmente os Ocidentais têm traduzido a palavra Deva como Deus, e por isso temos os trinta e três milhões de Deuses, sobre os quais os ignorantes fazem troça. A palavra Brahman é o verdadeiro sinônimo da palavra Deus, e Deva o é de Anjo. Todo leitor de literatura inglesa sabe que John Bunyan, em seu Pilgrim's Progress, usa este mesmo termo, os Seres Brilhantes, para designar os Anjos; e esta é a palavra natural para qualquer vidente usar, tendo-os visto fulgurar através do empíreo em suas missões de administração, de socorro e de libertação. O Deva, para o Hinduísta e o Budista, é exatamente o mesmo que o Arcanjo e o Anjo do Cristão e do Muçulmano, e sua existência não tira nada da unidade de Deus em um caso mais do que no outro. Se fôssemos seguir esta linha de argumento poderíamos da mesma forma supor que os Vice-reis, os Juízes, os Magistrados, os Comissários, os Generais e os Almirantes do Império diminuem a autoridade suprema do Rei-Imperador, como os Devas diminuiriam a supremacia de Deus. Eles apenas administram as leis da natureza, auxiliam os homens, mulheres e crianças, salvam-nos de muitos perigos e os encorajam em muitas aflições; não é que eles sejam Deus - a não ser que neste sentido também sejamos Deus - mas que Deus está neles assim como em nós, e só podem entender o politeísmo dos Hinduístas e Budistas aqueles que percebem que "é por causa do Eu que o Deva é amado". Quão miserável, quão solitário seria o mundo se só houvesse as inteligências do homem e de Deus! Quão vazio seria, não fosse por estes Seres Brilhantes que ocupam cada degrau da escada acima de nós! Há uma vasta escada de consciência desde o mineral até o Senhor do Universo, e estamos em determinado nível nesta escada, não diferindo em essência daqueles acima ou abaixo de nós. Os Devas não perturbam, mais que os homens, a unidade de Deus.
É fato que os Hinduístas e os Budistas, assim como os Católicos Gregos e Romanos, tiram partido do ministério dos Anjos, e invocam estes Ministros divinos. Por que não? O Anjo, o Deva, encarna um fragmento do Eu Universal, e a luz de Brahman brilha através dele. Será errado que os frágeis rebentos de piedade, amor e culto no mais ignorante, mais tolo e mais subdesenvolvido dos filhos do Pai Universal, cresçam debaixo da forma radiosa de alguma Inteligência benévola, mais prontamente compreensível, mais facilmente adorável do que o Eu Onipresente? Idolatria? Ah, não! Não no mau sentido; a idolatria errada é adorar o eu separado; a idolatria certa é adorar o Eu Universal sob qualquer forma que estimule a inteligência, que avive o coração.
Os mundos das Hierarquias são os mundos mais sutis que o físico, imperceptíveis pelos sentidos físicos. Os livros Hindus e Zoroastrianos falam extensamente destes mundos e deles dão muitas descrições. O Buda nos fala que viu estes mundos, "o mundo abaixo, com todos os seus espíritos, e os mundos acima". Os Cristãos e Muçulmanos acreditam em um céu e um inferno, e suas escrituras falam disso. Não vale a pena nos estendermos em fatos tão bem conhecidos.


4 - A Natureza do Homem.

O homem é divino, em sua essência mais íntima é um Espírito, usando vestes de matéria. O Hindu proclama "Eu sou Ele". O Budista Chinês fala do "homem verdadeiro sem posição", o Espírito-jóia no lótus do corpo. O Fravarshi do Zoroastriano é o Âtmâ do Hindu. O Hebreu declara "Vós sois Deuses", e o Cristão proclama exultando que o corpo é o templo de Deus.
Às vezes se pergunta: "O homem tem um Espírito?" Não, não tem. Ele é um Espírito e possui um corpo. O corpo não possui o Espírito, mas o Espírito possui o corpo. Ele não é dono do Espírito, mas o Espírito é o senhor do corpo. O corpo é transitório, o Espírito é eterno; o corpo nasce e morre no mundo; o Espírito é não-nascido, é imortal. Se alguma vez observamos um moribundo, que conheceu sua própria natureza, e viu como o Espírito se rejubila na vida mais vasta e potente que se abre diante de si quando é descartado o peso da carne, devemos ter compreendido a verdade da frase que diz que não existe tal coisa chamada morte, em qualquer sentido real do termo. A morte é a passagem de uma sala para outra dentro da mansão do universo; a morte é a retirada de um pesado capote e a passagem para uma vida em traje mais ligeiro. Na morte o homem não perde nada de seus poderes espirituais, intelectuais e emocionais; ele não perde nada senão a carne. Nós somos Espíritos, Centelhas do Fogo Único, Raios de um Único Sol; estamos na imagem da eternidade de Deus; somos tão eternos quanto Ele.


5 - Sua Evolução.

Aqui pode brotar uma pergunta dos lábios de alguém: "Não se pode dizer que as religiões ensinem o mesmo a este respeito. Como se pode reconciliar a reencarnação do Hinduísta com a criação especial de cada Espírito do Cristão?" Obviamente não se pode; a doutrina de uma criação especial para cada Espírito é moderna, antifilosófica e blasfema, e completamente indefensável. Mas posso alegar que até 533 dC o Cristianismo não negava a pré-existência do Espírito, e cabe aos Cristãos explicar por que negaram a antiga doutrina e impuseram uma heresia ao mundo Cristão. A doutrina da reencarnação - o desdobramento dos divinos poderes do Espírito através de uma série de veículos cada vez mais evoluídos e melhores - é uma doutrina comum a todas as antigas Fés. O Hinduísmo e o Budismo a ensinam, ou mais precisamente, fundamentam seus ensinamentos neste fato natural bem estabelecido. Os Egípcios baseavam nela suas concepções da vida pós-morte; Platão, Pitágoras e os mundos grego e romano a reiteravam. Os Judeus a ensinavam, como pode ser lido em Josephus, na Kabbala, e em outros lugares. Era a doutrina corrente no tempo de Jesus, e foi aludida por Ele em mais de uma ocasião; diversos Padres da Igreja a ensinaram; a doutrina permaneceu na Igreja Cristã entre algumas seitas como os Albigenses; reapareceu com força na Igreja da Inglaterra, nos séculos XVII e XVIII, e foi ensinada por clérigos desta Igreja assim como por leigos eruditos.

A posição do Zoroastriano também é dúbia neste ponto - alguns Parsis a afirmam, outros a negam; e somente podemos apontar para o fato de que o Zoroastrianismo é "uma religião em fragmentos", e dizer que esta doutrina é ensinada nos escritos gregos e neoplatônicos, que parecem reproduzir os ensinamentos Persas, depois da destruição da biblioteca de Persépolis por Alexandre.


6 - As Grandes Leis.

Por "Grandes Leis" quero significar a Lei do Karma, ou de causa e efeito; e a Lei do sacrifício, ou de propagação e manutenção da vida.
A Lei do Karma é apresentada pela ciência nas seqüências invariáveis que ela chama de leis da natureza; o teólogo a chama de justiça divina. É a rocha sobre onde tudo é construído, o verdadeiro sustentáculo de todo o pensamento e de toda atividade. Ela prevalece em todos os mundos, densos e sutis; é uma lei universal. É bem clara no versículo Cristão: "Não vos enganeis, de Deus não se zomba; o que quer que um homem plante, aquilo é o que colherá" (Gálatas, VI, 7). Diz Buda: "Se um homem fala ou age com pensamento maligno, a dor o segue, assim como a roda segue as pegadas do boi que puxa o carro... Se um homem fala ou age com um pensamento puro, a felicidade o segue como a sombra que jamais o abandona". O Hinduísmo abunda em tais passagens, e elas podem ser colhidas em todas as escrituras.
A Lei do Sacrifício é a declaração do fato de que tudo o que vive, vive pelo sacrifício, forçoso ou voluntário, de outras vidas; que a Vida emanada do Supremo é o esteio do mundo. Nos reinos inferiores o sacrifício é compulsório - os minerais se desintegram para que a planta possa viver; as plantas, para que animais e homens vivam. No reino humano, com o grande crescimento da inteligência, se torna possível a associação voluntária da vontade individual com a Vontade universal. À medida que isso se torna mais completo se desdobra a vida espiritual, e por fim se realiza plenamente. O símbolo da Cruz encarna, para o Cristão, a vida ideal de sacrifício; e todo aspirante a Brahman, a Buda, ou a Cristo, trilha o Caminho da Cruz.
O estudante pode expandir este breve resumo em um livro, e quanto mais ele estudar, mais claramente transparecerá a Fraternidade de todas as Religiões, expressa através de suas Doutrinas Comuns.
A Ética Comum

Temos ainda de considerar a Ética Comum a todas elas.Que uma moralidade sublime seja uma posse comum a todas as Religiões Mundiais é um fato estabelecido bem demais para necessitar discussão. Tudo o que é preciso aqui é fazer algumas poucas citações, o bastante para indicar os ricos veios de metal de onde estas inestimáveis pepitas são retiradas.
Devolver Bem pelo Mal. O Manu diz: "Com o perdão do mal o sábio é purificado"; "Não vos enfureçais com o homem furioso; se vos falam asperamente, respondei com suavidade". No Sâma-Veda: "Faz a trocas difíceis de fazer: paz pela ira; verdade pela falsidade". O Buda ensina: "A um homem que tolamente me prejudica, lhe devolvo a doçura de meu amor incondicional; quanto mais ele me der mal, mais bem lhe devolverei"; "Que um homem vença a raiva com o amor; que vença o mal com o bem; que vença a cobiça com a liberalidade, a mentira com a verdade"; "O ódio não cessa jamais com ódio; o ódio cessa com o amor". Lao-Tsé diz: "Ao bom dou bondade; ao não-bom também dou bondade. Ao fiel dou fidelidade; ao não-fiel também dou fidelidade; a Virtude é fiel. Recompensa o mal com gentileza". Confúcio respondeu a um questionador: "O que não queres para ti não o faças a outrem; quando estiveres trabalhando para outros, que seja com o mesmo zelo como se fora para ti mesmo". Jesus disse: "Amai vossos inimigos, abençoai os que vos amaldiçoam, fazei o bem aos que vos odeiam, e rogai por aqueles que vos desprezando abusam de vós e vos perseguem".

Humildade e Ternura. Lao-Tsé diz: "Com vigilância constante sobre a natureza passional, e com ternura, é possível se tornar uma criancinha. Afastando a impureza do olho oculto do coração é possível se tornar imaculado. Há uma pureza e quietude com as quais podemos reger todo o mundo. Por preservar a ternura eu me torno forte". "O sábio... coloca a si mesmo por último, mesmo assim ele é o primeiro; ele abandona a si mesmo, mas mesmo assim é preservado. Não vem isso de ser altruísta? Por isso ele preserva intacto o auto-interesse. Ele não se exibe, e portanto brilha. Ele não se autopromove, e por isso é distinguido. Ele não louva a si mesmo, e por isso tem mérito. Ele não louva a si mesmo, e assim permanece no alto". Jesus ensina: "A não ser que vos torneis como crianças pequenas não podereis entrar no reino dos céus"; "Aquele que exaltar a si mesmo será rebaixado, e aquele que se humilhar será exaltado".

A Retidão é mais Importante que as Formalidades. O Manu declara a lei da ação "mental, verbal e corpórea": "desta ação tríplice, saiba o mundo que é o coração o seu instigador"; "A um homem contaminado pela sensualidade, nem os Vedas, nem a liberalidade, nem os sacrifícios, nem as observâncias, nem as austeridades, lhe trarão felicidade". O Buda diz: "É o coração da fé acompanhando as boas ações o que como que espalha uma sombra benéfica do mundo dos homens ao mundo dos anjos". Jesus lamentou: "Vós pagais dízimo da hortelã, do endro, do anis e do cominho, e omitistes os preceitos mais importantes da lei - justiça, misericórdia e verdade".
Eu poderia prosseguir assim citando texto após texto sobre cada virtude, e da árvore de cada religião se poderia retirar folhas semelhantes. Pois todas ensinam as mesmas verdades; todas são canais da vida única; todas as escrituras repetem a mensagem única, porque só existe uma única grande Fraternidade de Mestres, e cada um que dela procede fala a mesma língua.

Daí que as religiões não são rivais, e não devem odiar-se mutuamente. Elas são filhas de um mesmo pai, proclamando para o benefício da humanidade as verdades que aprenderam na casa ancestral. Existe uma Fraternidade de Religiões real, e todos os que estudam as religiões do mundo devem reconhecer a identidade de seus ensinamentos. Para quem estuda Mitologia Comparada, todas as religiões são igualmente falsas, e são frutos da ignorância. Para um Teosofista todas as religiões são verdadeiras, e são o fruto da SABEDORIA. Toda religião tem o mesmo direito a todas as verdades, e nenhuma pode reivindicar nada como seu exclusivamente, "meu, não teu nem dele". Antes a frase verdadeira é "meu, porque é teu e é também dele".

Há uma só Religião - o conhecimento de Deus, e todas as religiões são ramos desta mesma árvore, a Árvore da Vida, cujas raízes estão no céu enquanto seus ramos se esparramam no mundo dos homens. A raiz celeste é a SABEDORIA - não a fé, não a crença, não a esperança, mas o conhecimento do Deus que é a Vida Eterna. De qualquer um de seus ramos uma pessoa pode colher uma folha para a cura das nações. Que ninguém negue o que para outra pessoa é verdade, pois ela pode ver uma verdade que outros não conseguem ver; mas que ninguém tente impor sua própria visão sobre outros, pois pode cegá-los ao forçá-los a ver o que não está dentro de seu campo de visão. Só existe um Sol, e cada energia em nossa Terra não passa de alguma forma de força solar; e assim como um só Sol alimenta toda a Terra, um só Eu brilha em todos os corações. Só existe uma blasfêmia - a negação de Deus no homem. Só existe uma heresia - a heresia da separatividade, que diz: "Sou outro além de ti, nós não somos um só". Para a redenção do mundo nós precisamos mais do que altruísmo, por mais nobre que ele seja. Precisamos aprender a anulação do eu individual, o sacrifício, a auto-entrega, mas não estaremos firmes no Um antes de podermos dizer "Não há outros; é o Eu em tudo". Quando todos os homens disserem isso o mundo conhecerá sua Era Dourada: quando um homem diz isso através de sua vida, sua presença é uma bênção onde quer que ele vá. Somos irmãos, mas mais que irmãos. Os irmãos têm apenas um mesmo pai; nós temos um Eu comum. Em tudo à nossa volta vejamos a Glória do Eu, e lembremos que negar o Eu no mais baixo é negá-lo em nós mesmos e em Deus.


(Extraido do Panfletos de Adyar n. 24,
A FRATERNIDADE DAS RELIGIÕES,por
Annie Besant)






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